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O VERÃO EM QUE FOMOS FELIZES


O verão que passava entre 1987 e 1988 foi precursor de um ano prestes a se tornar inesquecível na história brasileira, os últimos laços oficiais com a Ditadura Militar se romperiam em breve com o lançamento de uma nova constituição federal, Airton Senna conquistaria o seu primeiro título mundial e o litoral brasileiro ficaria marcado para sempre com a chegada pelas águas de cerca de 15 mil latas que somadas carregavam 22 toneladas da melhor maconha tailandesa.


Por volta do fim de setembro de 87, o navio australiano Solana Star se direcionava aos Estados Unidos quando ao passar próximo à costa brasilis avistou a Marinha Brasileira posicionada para recebê-lo para uma revista vigorosa, o Brasil havia sido avisado pela DEA americana da possível carga que a embarcação carregava, não deu outra, a tripulação jogou as latas uma a uma no mar e pulou do barco, fugindo da certa prisão que viria com a averiguação. Apenas um homem foi preso, o cozinheiro do navio que não escapou a tempo e logo entregou as informações que sabia sobre a operação, o que levou a prisão do cabeça da quadrilha que aguardava a carga em Miami.


A água fez o seu trabalho junto ao vento e das ondas e em pouco mais de duas semanas as latas começaram a surgir nas praias através do país, no Leblon, em Angra dos Reis, no Arpoador, no Guarujá e até na Praia do Cassino, entre muitas outras pelo nosso litoral. Ao todo foram apreendidas apenas 3.292 latas das 15 mil despejadas no mar e houveram casos em que mergulhadores e pescadores avistaram as “desejadas” à deriva e avisaram apenas a população, causando alvoroço na corrida maluca pelas latas. Até hoje se ouvem histórias um familiar ou de um amigo de um amigo que ainda têm uma delas em casa, vazia para recordação ou cheia como prova.


Segundo o jornalista Eduardo Bueno, o famoso Peninha, testemunha ocular da história “Na história do Brasil só aconteceu coisa ruim, com exceção do verão de 87 pra 88”.


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