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Debate sobre o uso medicinal da maconha começa na Bolívia.


Debate sobre o uso medicinal da maconha começa na Bolívia

A oposição boliviana está promovendo um projeto de lei para permitir o uso medicinal da maconha na Bolívia, mas o governo está sendo cauteloso em relação a essa aplicação, que já foi adotada por vários países da América Latina.


"A surpresa é o apoio que estamos recebendo. Estamos ajustando o projeto e esperamos que o debate no Legislativo seja aberto nos próximos meses", disse a senadora Andrea Barrientos à Associated Press na terça-feira. "Há uma nova geração que vê as coisas de forma diferente. Essa proposta está relacionada à qualidade de vida das pessoas", acrescentou. Organizações que representam pacientes com câncer têm apoiado sua iniciativa.


A proposta de Barrientos também recebeu o apoio do prefeito de La Paz, Iván Arias. "No país, há uma grande necessidade de uma lei nacional para o uso de cannabis terapêutica, que pode aliviar a dor crônica. Propomos a extração do óleo puro, que tem um uso medicinal incrível. Vários médicos recomendam seu uso", comentou Arias recentemente no Twitter.


Após a divulgação da iniciativa, a ministra da Saúde, María Renee Castro, disse em uma coletiva de imprensa que "há muito o que aprender e debater. Nem todos os compostos são recomendados para uso medicinal, alguns deles podem causar dependência. É necessário estudar e revisar estudos científicos".


Por sua vez, o deputado governista Hernán Hinojosa explicou que o projeto precisará ser debatido nas comissões legislativas antes de chegar ao plenário da Assembleia. "Se passar pelas comissões, nós apoiaremos", acrescentou.


A legislação boliviana classifica a maconha como uma droga proibida, assim como a cocaína, e pune sua posse - mesmo que seja de um grama - com penas de 10 a 25 anos de prisão. No entanto, em duas ocasiões, a justiça decidiu a favor de dois casos específicos e autorizou o uso excepcional da maconha medicinal, sendo um deles para uma menina de cinco anos com paralisia cerebral, tratada no Chile, onde foi recomendado o uso de óleo de maconha.


A Bolívia é o terceiro maior produtor de cocaína do mundo, depois da Colômbia e do Peru, mas o cultivo da folha de coca - matéria-prima dessa droga - é permitido no país em até 22.500 hectares para usos tradicionais e medicinais, incluindo infusões para problemas estomacais e a mastigação da folha para combater o mal da altitude.


No início deste mês, o governo de Luis Arce anunciou o início de uma campanha internacional junto com a Colômbia para retirar a folha de coca da lista de substâncias entorpecentes das Nações Unidas, argumentando que a planta não é uma droga em seu estado natural.


Pelo menos oito países na América Latina aprovaram o uso medicinal da maconha e, entre eles, o Uruguai permite até mesmo o consumo recreativo.


VEJA A ENTREVISTA QUE A RÄDIO CORREO DEL SUR FEZ COM A SENADORA ANDREA BARRIENTOS



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